quinta-feira, 31 de março de 2016

Morreu Imre Kertész, o sobrevivente de Auschwitz



           Há cinco anos, no começo da primavera, fui para Budapeste com duas amigas. Não fui para a Budapeste dos guias de Viagem lindos, que se espalham pelo mundo, fui à Budapeste de Kertész. Andei pelas ruas, nessa primavera gelada, como se estivesse em seu tempo, em que ele, homem jovem, sobrevivente de Auschwitz, tentava encontrar sentido na vida, escrevendo. Até descobrir que o regime totalitário comunista pós-guerra era outra prisão. E viveu sua vida-prisão ali, até se casar com uma mulher feliz, e poder deixar Budapeste. 
          Não foi só por isso que detestei Budapeste, com seu povo grosseiro, arrogante, segregativo. Se eu tinha alguma dúvida sobre isso, o tratamento recente aos refugiados só confirmou isso. 
Por mim, não volto nunca mais lá. Por Kertész não volto nunca mais lá. 
       Um capítulo de meu livro "Sobre amores e exílios" foi sobre esse homem ímpar, que enobreceu a humanidade. Muitos escritores se suicidaram depois de sobreviverem à Auschwitz, e apregoaram como a vida ficou insuportável depois do campo. Ele continuou a viver, e muitos anos depois até encontrou a felicidade. 
Coisa difícil nessa vida, mesmo sem Auschwitz. 
Abaixo o capítulo de meu livro que é sobre ele. 
Ele tornou minha vida melhor e hoje estou de luto por ele.





CAPITULO 9

Ser um sobrevivente de Auschwitz


Onde o assassinato é lugar-comum, a pessoa
não se torna um assassino por revolta,
mas por zelo.
Imre Kertész


O ódio, quando está bem organizado, cria uma realidade,
assim como o amor também pode criar uma realidade.
Imre Kertész

A persistência do tema sobre a Segunda Guerra Mundial deu-se após a visita, em 2003, a um campo de concentração perto de Munique. O campo de concentração de Dachau hoje é um museu que conta a história da guerra, transformado em museu prioritariamente como um monumento do que não pode acontecer nunca mais. Aliás, na entrada está escrito nunca mais em muitos idiomas. O encontro com esse real, andar pelo campo, pelo crematório deixou-me como resto uma necessidade de estudar mais sobre este período da história, estudar sempre. E foi assim que me caiu às mãos o primeiro livro de Kertész que li, Sem destino. Oito anos depois da visita a Dachau, em 2011, estive no Campo de Concentração de Auschwitz. Estive também na cidade de Budapeste, onde foi capturado para ser enviado a Auschwitz. Depois de ter sobrevivido ao Campo, Kertész fez dela seu cativeiro.

O campo de Auschwitz
Kertész, ganhador do prêmio Nobel da literatura de 2002, era um garoto de quatorze anos quando a caminho do trabalho – já instituído pelos nazistas – é preso juntamente com outros simplesmente por ser judeu. Fica, junto com outros garotos, detido em um quartel improvisado da SS. A violência é tamanha que ele olha para as metralhadoras e pensa que seus suportes parecem os pés de uma cegonha, “com um ridículo apetrecho em forma de funil, preso à boca do cano, parecia o moedor de papoula de minha avó”.1 Sempre tentando dar sentido a irrupção desse real, relaciona a metralhadora com coisas amenas e conhecidas, como um objeto da casa da avó.
É enviado a Auschwitz, depois com o joelho machucado é reenviado a Buchewald, e no terceiro campo, o de Zeitz, é resgatado pelos aliados.
Quando volta, junto com tantos húngaros, a Budapeste, vê que a população da cidade não quer olhar para ele. Entra na cidade, magro, raquítico, morto de fome, maltrapilho e as pessoas desviam dele o olhar. No bonde que o leva a sua rua, encontra um jornalista que lhe pergunta se está voltando de um campo de concentração, lembra que o jornalista diz que aquilo que aconteceu com ele precisa ser falado, contado a todos. Afasta-se. Quando toca a campainha de sua casa, estranhos o atendem, ali não é mais sua casa. Os vizinhos antigos chamam-no, contam que seu pai morreu, sua madrasta vive com outro, e todo o acontecido foi uma fatalidade, o destino, que deve esquecer tudo, “pois com um peso assim não se pode começar uma nova vida”.2 Ele concorda.
Mas não concorda com a explicação sobre o destino: se tudo foi o destino, qual a liberdade do homem?  Não era o seu destino, mas o viveu. É por isso que o primeiro volume de sua história intitula-se Sem destino. No livro A língua exilada conta que Auschwitz destruiu sua noção de pátria, nação, povo: sente-se de lugar nenhum. “Ante uma aparição como Auschwitz, a lógica, indiscutivelmente, não nos leva longe: parece que a razão declara falência”.3
O autor faz uma listagem dos escritores que viveram a realidade de Auschwitz e se mataram; por enquanto ele está se agüentando sem fazê-lo.
Mas continuando em sua trilogia, depois de Sem destino, escreveu O Fiasco. Essa obra retrata a experiência de um escritor que quer escrever sobre Auschwitz, mas isso não é aceito pelo seu editor. Kertész mostra-nos como o regime comunista húngaro tentou esconder as atrocidades nazistas. A esses “humanistas profissionais” é preferível acreditar que “Auschwitz ocorreu somente para aqueles com quem as coisas, casualmente, aconteceram lá e naquele momento e que, ao contrário, com outras pessoas, com quem as coisas, casualmente, não aconteceram lá e naquele momento, ou seja, à maioria, ao ser humano – o Ser Humano! - de um modo geral nada aconteceu”.4
Em O fiasco retoma suas lembranças sobre Auschwitz e nos mostra como esse campo de concentração ficou em sua vida, quase como um non sens, um real que escapa ao sentido, e por isso mesmo, insiste. Uma paisagem desolada lhe lembrava Auschwitz, uma árida região industrial também, o cheiro do couro da corrente de seu relógio lembrava-lhe o fedor dos cadáveres.5
Em Kadish. Por uma criança não nascida, final da trilogia, vai sustentar que depois de Auschwitz não poderia colocar uma criança no mundo, “não poderia ser Deus de um outro homem.”6 Ele sente-se culpado demais para suportar a idealização, a deificação que um filho faz do pai. E, além disso, ele é o rejeitado da díade mãe-filho. A rejeição ele mesmo a relata como motivo, no que ele chama a análise de seu complexo de Édipo. Quanto à relação entre não poder ser pai e a culpa é uma hipótese nossa. Mas por que ele, o sobrevivente, é culpado? “Só os mortos não caíram manchados de infâmia do holocausto. É amargo levar o selo da sobrevivência que não tem explicação.”7 É por isso que não se aprofundará na tese de que foi ajudado por alguém quando estava no hospital de Buchenwald.8
No Dossier K., compilação de entrevistas que ele faz com ele mesmo9 afirma que “a vivência dos campos de extermínio tornou-se uma experiência humana quando descobriu a universalidade da vivência. E esta é a ausência de destino, esse traço específico das ditaduras, a expropriação e estatização do destino próprio, sua conversão em destino de massas, o despojamento da substância mais humana do homem”.10 É exatamente nesse apagamento do sujeito – embora ele esteja chamando de indivíduo, ou da história individual em contraposição à massa – promovido por toda ditadura, que Kertész relacionará o nazismo e o socialismo.
Podemos dizer que, primeiramente, com os nazistas e, depois, vivendo sob o jugo socialista soviético que governou a Hungria por tantos anos11, o autor descobriu a capacidade destrutiva do ser humano. Lacan concordaria com ele em sua teorização sobre os campos de extermínio e Freud com sua decepção sobre o ser humano. Lacan sustentou que a existência dos campos evidenciou a exclusão do sujeito, que o discurso científico também faz e que promoveria maior segregação12 E quanto a Freud, em O mal-estar na civilização mostrou que as tendências destrutivas estão presentes em todos os homens e, portanto, as tendências anticulturais.
Ainda no citado Dossier, conta-nos que, ao final dos anos 90, conheceu o diretor do Memorial de Buchenwald e, então, com a ajuda dele, pesquisou sobre a “Sala seis”, quarto do hospital do referido campo em que ele ficou internado quando machucado. E não encontraram nenhuma referência da existência dessa sala em Buchenwald, mas descobriram que ele, Imre Kertész, prisioneiro húngaro de número 64.921 faleceu em 18 de fevereiro de 1945. Para ele trata-se de mais uma prova de que alguém o ajudou, seu nome foi apagado da lista dos doentes em tratamento para não ser morto. Qual a explicação sobre quem o ajudou? Não a tem. O que aconteceu? Não sabe. Mas qualquer explicação necessitaria de outras explicações “e o mistério do mundo continuaria sendo um espinho torturante como sempre.”13

A identidade: desprender-se da própria história
Mas qual a importância para um psicanalista de ler a obra de Kertész? Respondemos: deixando de lado a afirmativa de que um psicanalista deve ser um conhecedor de literatura, filosofia e mitologia14; deixando de lado, também, que um psicanalista tem de responder às questões colocadas pela sua época15; deixando de lado, ainda, a beleza dessa escrita; e deixando mesmo de lado ser o autor testemunha de um acontecimento terrível que assolou o século XX, ainda assim, nós, psicanalistas, teríamos dois motivos para ler sua obra: o primeiro é pela importância de sua denúncia do apagamento do sujeito. Kertész sustenta que nossa época não é propícia à conservação do indivíduo, pois os moralistas têm conduzido os movimentos de massas com suas teorias de salvação do mundo. Como fazer frente a isso? Responde: eleger nossa própria verdade em vez de a verdade.16
E o segundo é que Kertész mostra-nos que a identidade não tem “nenhum significado”, ou dizendo lacanianamente, os significantes não dizem o ser. À medida que o sujeito é representado pelos significantes, e que só pode ser no espaço entre um significante e outro, sua identidade comporta sempre uma divisão, uma queda. Se ele se agarra ao significante, ao “tu és isso”, está na alienação; se desliza todo o tempo na cadeia significante, está à deriva. O psicótico sabe dessa sensação de deriva, dessa limitação do simbólico.
Kertész uniu ao nome um denotativo, “o sobrevivente de Auschwitz”. Ainda que essa nomeação que ele se fez não se resuma a uma autonomeação, pois é solidária ao laço social17, fez sua identidade por muito tempo. Até poder se desprender dela, deixá-la cair e sustentar-se com a escrita.
 O livro “Eu, um outro” funciona quase como um percurso analítico para o autor. Ele vai dizer que é uma novela sobre a liberação.18 Começa se perguntando quem é e qual a sua história. Assim, já evidencia que a identificação de ser o sobrevivente de Auschwitz não lhe basta para dizer seu ser. E para isso cita Rimbaud: “o Eu é uma ficção na qual, no máximo, podemos ser co-autores”.19 E afirma que não consegue saber nada essencial sobre si mesmo e a imaginação cria uma realidade que parece mais real que o Real.20
Conta-nos, no início do livro, duas histórias que mostram o estigma de ser judeu, uma da Segunda Guerra Mundial e outra mais atual, uma experiência pela qual passou com um taxista em Frankfurt.
A primeira: Moritz Schlick, filósofo e estudioso da linguagem, professor da Universidade de Budapeste foi morto a tiros no salão nobre da universidade, em 1936, por um aluno que não gostava de judeus. Condenado e preso, o aluno foi solto e homenageado logo que os nazistas tomaram o poder no país.
A segunda história: Kertész pega um táxi para ir à estação de trens, em Frankfurt e o motorista, um muçulmano egípcio, fala muito, discorre sobre a política e xinga os judeus. Ele não diz ao motorista que é judeu, desce correndo do táxi e esquece sua carteira com todo o dinheiro. Quando está tomando o trem, o motorista vem correndo e lhe entrega a carteira com todo o dinheiro dentro. Ele fica atordoado e até esquece de dar uma gorjeta ao homem. Só depois pensa que agradeceu com tamanha naturalidade “como se nada fosse mais comum do que motoristas de táxi em cidades grandes correrem atrás do passageiro estrangeiro com sua carteira esquecida no banco”.21 Sua conclusão: “é possível que suportemos a vida tão somente por ela ser tão improvável; por outro lado, a consciência procura investigar o tempo todo, a chamada realidade, deseja a realidade”.22
Acredito que esta cena contradiz sua condição de “estigmatizado por ser judeu”, pois nesse livro ele dá um passo a mais, o que faltava na trilogia acima citada: ele não se afirma mais como o judeu sobrevivente de Auschwitz. E afirma ser “um judeu diferente. Que tipo de judeu sou, afinal? Nenhum. Há muito tempo não estou mais à procura de minha pátria, nem de minha identidade. Sou diferente deles, sou diferente dos outros, sou diferente de mim”. Sua identidade é escrever: “tenho uma única identidade, a identidade de escrever”.23 Nisso ele se iguala a Thomas Bernard. Ele mesmo tenta uma analogia em “Liquidação.”24
E ele conclui este livro de uma forma bem linda – não pensem que estarei relevando o final, têm muitas histórias contadas que valem o livro e só conto um pequeno trecho do final – “o passado é um depósito abandonado de coisas, experiências, sons e imagens de tempos longínquos, já completamente distanciados de suas fontes vivas, da vida que outrora os tinha produzido e, por algum tempo, os guardava intactos. Minha história desprendeu-se de mim: de repente, perco o equilíbrio como alguém que perdeu seu caminho e, entre passado e futuro, escapuliu do tempo”.25
Há uma semelhança nesse vacilo das identificações com um final de análise. Mas seu “passe” foi feito com a literatura. O passe é um dispositivo criado por Jacques Lacan para averiguar o final de análise. Nele, o analista põe a prova o que foi seu percurso analítico, enfim, sua relação com o inconsciente e pode – essa é a aposta – deixar cair suas identificações.26
A relação entre identidade e tempo também aparece no Dossier K, falando sobre sua vida em Berlim: “observando entretido o movimento de última hora da tarde na metrópole [Berlim] embaixo dos gigantescos plátanos, cujas frondosas copas se fundem, saio por uns momentos do tempo e penso, por um instante, assombrado, sobre a aventura que foi a minha vida.”27
Essa alegria – ele mesmo vai designá-la assim – não por acaso a tem no exterior, longe de sua Budapeste. Sua vida na Hungria, e fora dela, em Auschwitz, foi uma história de prisões.28 Se sua condição de estrangeiro lhe permitiu despregar-se de sua história, por que não saiu de seu país antes, por que não fugiu antes? Ele mesmo se faz essa pergunta em suas obras e a resposta é: só tenho uma língua, só posso escrever uma novela nessa língua.29
Faço uma inferência: depois da liberação que alcança escrevendo Eu, um outro - ou melhor, porque alcançou essa liberdade, pôde escrever esse livro - pôde desprender-se de sua pátria, de sua judeidade, de sua cidade, e ser de lugar nenhum, pôde ser de todo o mundo. Tenho, também, uma segunda hipótese: sua segunda mulher é que lhe propõe alugar um apartamento e morar em Berlim. Ela é uma mulher que retorna a sua terra natal, a Hungria, após a queda do regime comunista, depois de trinta anos de exílio. E parece ser alguém que a condição de exilada não amargurou.30 E assim, vivendo no estrangeiro, torna-se menos apátrida.31
Enfim, termino a seção dos exílios com Kertész porque creio que ele foi além, deu um passo a mais, que poucos dão, na relação com as identificações que marcaram sua vida. Ele e Edward Said32 tornaram-se fora-do-lugar e não buscaram mais a terra pátria. Eles alcançaram a meta de perfeição traçada pelo monge saxão Saint-Victor, que está como epígrafe deste livro: perfeito é o homem que se sente estrangeiro em todo lugar. 
Kertész: ele, o outro, o estrangeiro em seu país, o estrangeiro em Berlim, o que pôde ser feliz depois de Auschwitz, o que pôde encontrar uma mulher feliz, o que pôde se exilar de sua língua, porque afinal descobriu – sem cair na loucura – que somos sempre estrangeiros em uma língua. Seja a nossa ou outra. Afinal, “a nossa” nunca é nossa.





 





1 Imre Kertész. O fiasco. São Paulo: Editora Planeta, 2004, p. 23.

2 Imre Kertész. Sem destino. São Paulo: Editora Planeta, 2003, p. 172.
3 Imre Kertész. A língua exilada. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 40.
4 Imre Kertész. O fiasco. Op. Cit., p. 39.
5 Ibid, p. 71.

6 Imre Kertész. Kadish. Por uma criança não nascida. Rio de Janeiro: Editora Imago, 2002, p. 99.

7 Imre Kertész. Dossier K.. Barcelona: Acantilados, 2007, p. 182.

8 Ver explicação mais adiante neste capítulo.

9 Ainda que elaboradas a partir do envio, por seu editor, de algumas entrevistas a que ele respondeu, Kertész as organiza e transforma em um livro que ele mesmo designa como autobiográfico. Assim surgiu o Dossier K. lançado em 2006, traduzido para o espanhol pela Editora Acantilados no ano seguinte e que aguardamos sair no Brasil em algum momento no futuro.

10 Imre Kertész. Dossier K.. Op. cit, p. 68.

11 Sobre este período ver Doze dias, a revolução de 1956. Victor Sebestyen. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2006.

12 Lacan, J. “Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola. Op. Cit..

13 Imre Kertész. Dossier K.. Op. cit, p. 73.

14  Freud. “A questão da análise leiga” (1926). Op. Cit., p .278. 

15 Lacan, J.. “Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise” (1953). Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, p. 322.


16 Imre Kertész. Dossier K.. Op. cit, p. 76.

17 Soler, C. Le noms de l´identité. In : L´identité em question dans la psychanalyse. Paris: Revue de EPFCL-France., mars 2008, p. 13.

18 Imre Kertész. Dossier K.. Op. cit, p. 196.

19 Imre Kertész. Eu, um  outro. São Paulo: Editora Planeta, 2007, p. 14.

20 Ibid., p. 165.
21 Ibid., p. 44. O que mostra que o racismo às vezes não se encaixa na pessoa real, no vizinho, no amigo, no passageiro do táxi.

22 Imre Kertész. Eu, um  outro.Op. Cit.,  p. 45.

23 Ibid., p. 73.

24 Em Liquidação, o protagonista pensa “De novo se tornam válidos os dizeres da Bíblia: resista à tentação , evite conhecer-se, porque, se o fizer, estará  danado, disse” . E, em seguida, acalentando a idéia de suicídio, nessa era de catástrofes,  refere-se a Bernhard, de como pensou em escrever com o estilo que ele escreve. In: Kertész, I. Liquidação. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 49.

25 Imre Kertész. Eu, um  outro.Op. Cit.,  p. 172-73.

26 Lacan, J. “Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola”. Op. Cit.  p. 257.

27 Imre Kertész. Dossier K.. Op. cit, p. 203.

28 Parece próprio de minha vida que só posso me livrar de um cativeiro se imediatamente me lançar em outro” Imre Kertész. O fiasco. Op. cit., p. 42.

29 Ele era tradutor de alemão, então o que quer dizer esse monolinguismo?

30 “A capacidade de M. ser feliz é uma dádiva mais extraordinária que qualquer outro talento”. Imre Kertész. Eu, um outro. Op. cit.,  p. 117.

31 “É diferente ser sem pátria em seu próprio país e sê-lo no estrangeiro, onde justamente essa falta de pátria pode nos levar a encontrar um lar”. Imre Kertész. Eu, um outro. Op. Cit., p. 88. Relaciono com Edward Said, o fora-do-lugar.


32 Edward Said, que tratei tão brevemente na introdução desse livro, é um deslocado, estrangeiro, que só sobre sua autobiografia Fora do lugar - uma das melhores coisas que já li sobre o estrangeiro - vale escrever um livro sobre ele. 

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