terça-feira, 20 de março de 2012

Por uma terça-feira de sol

Um brinde a esta terça-feira. Por que tem dias que nascem iluminados, límpidos. E a beleza do dia se encaixa com sua disposição ao sair da cama. Acordar cedo, e mesmo assim já ter um sol que encosta na lagoa, pensar em todas as coisas que tem de fazer, na correria de dezenas de ações cotidianas, como ir ao banco, comprar alface, passar na lavanderia. E sentir que muitas coisas vão acontecer nos próximos dias que você não sabe. Assim como sexta-feira passada, em que fazendo a programação cotidiana, numa dessas esquinas da vida, reencontrei D. e o cotidiano ficou esquecido.
Hoje viro muitas esquinas e quem sabe? Como escreveu minha amiga Rita, um brinde a todas as possibilidades

sexta-feira, 16 de março de 2012

As araras

Hoje, quando saí de casa, duas araras sobrevoavam o condomínio no qual moro - em que vivo uma vida e imagino outras - à beira da Lagoa do Itatiaia. São minhas vizinhas, eu no condomínio, elas na lagoa. Minhas vizinhas deram um vôo rasante e soltaram sua linguagem ardida típica. Elas, que outrora viviam sentadas, descansando no muro em frente à minha janela, andavam sumidas. Só agora descobri o motivo. Foi D. quem me contou e disse que elas vão voltar.
Aguardo, as araras, a vida que imagino, D., e outras tantas coisas mais.
Por que você não vem D.?????

terça-feira, 13 de março de 2012

Nova viagem

Logo logo viajo. E mudo temporariamente de cidade, de ares, de língua, de continente. Torno-me outra. E depois de um tempo, de ter andado perdida por cidades desconhecidas, conversado com estranhos, falado outra língua, volto para casa para ser eu mesma. Mas mudada.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Aniversário

Amanhã é meu aniversário e depois de muitos dias preocupada, ontem amanheci com uma alegria diferente, inesperada. Fernando Pessoa, com sua melancolia e nostalgia tão típicas dizia "não faço mais anos, duro". Eu duro também, mas creio que sem melancolia. É que ontem tive uma nova idéia. Estou escrevendo um livro, e estava sem rumo, sem saber como continuar. E coincidiu que uma pessoa ontem me mandou antecipadamente os votos de feliz aniversário e escreveu assim: "que você encontre um continente para você". Um continente é muito, um promontório está bem, com um tênue caminho entre a terra e a água, com um trajeto sobre o atlântico também está bem.

domingo, 4 de março de 2012

Olhos azuis

Seus olhos azuis já foram um norte, tinham a clareza de um dia de sol reluzente, sem nuvens. Uma manhã sem brumas. Na passagem dos primeiros dias sem ele, e nos anos subsequentes, estiveram em meus sonhos. Assombravam-me nas primeiras semanas que passei sem vê-lo. Mas nove anos se passaram e o reencontro. E o brilho de seus olhos se apagou. Enquanto ele falava comigo, eu procurava prestar atenção aos olhos – eu não estou enxergando bem, por isso não enxergo a beleza de seus olhos azuis?  Percebi que o azul tinha desbotado, o amor tinha desbotado. Perdeu o brilho nesses anos todos que estivemos longe um do outro.