quarta-feira, 31 de maio de 2017

O dia depois de amanhã

           O fim do amor é como a explosão de um planeta. O outro não lhe quer mais, o amor que chegou ao fim para um, acaba com o mundo de quem ainda ama.
           A explosão dos polos. Geleiras derretem. O caos. O gelo derretido se transforma em grandes ondas. Você é arrastado. Um turbilhão indescritível de material se chocando. O fim do mundo.
           Submerso, no fundo de tudo que se decompõe, é preciso emergir do caos que o rodeia. O dia seguinte ainda será uma geleira decomposta? E o dia depois de amanhã?
            Uma promessa descumpriu-se. O amor é uma promessa: jura que vai amar, que vai estar junto, que vai caminhar junto, que vai casar e depois desonra tudo.
            Como continuar sendo quem se é com tanta desonra?
            E no dia depois de amanhã, quando já tiver destituído esse amor e encontrar o próximo, o que trará para o novo dos destroços do velho mundo explodido, dos polos derretidos, dos mares revoltos?
             Um mundo se acabou, uma nova ordem se fez a partir do caos, o que disso tudo serve para o dia depois de amanhã?