terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Le plat pays qui n´est pas le mien

Damme, a cidade com vista para o Mar do Norte.

Do alto da torre da igreja, vejo ao longe a cidade de Bruges e a minha esquerda o mar do Norte. O vento cortante da primavera belga fica mais forte do alto. Nesse país plano, sem montanhas, que não é o meu, fico lembrando da música de Jacques Brel. Em Damme há um museu para contar a história de seu personagem mais conhecido: Thyl Ulenspiegel. É um personagem meio lenda, estilo um Dom Quixote, que lutou contra o domínio dos espanhóis sobre Flandres. Nesse museu há dezenas de quadros de pintores importantes, como Brueghel e outros que representam o tal Ulenspiegel. Quando cheguei ao Brasil, vi que o Grupo Galpão estava encenando uma peça sobre o Thyl Ulenspiegel e dizendo que era mitologia alemã. Errado, errado. É belga. Jacques Brel, se estivesse vivo, iria dizer: é de la Belgique, c´est plat pays qui est le mien.

Foto: Andréa Brunetto
Do alto da catedral, sentindo o vento do mar do norte no rosto, por uns momentos, a Belgique foi um pouco minha também. E eu a quis, mesmo com a primavera gelada.


Avec la mer du Nord pour dernier terrain vague
Avec des cathédrales pour unique montagnes

Et de noirs clochers comme mâts de cocagne


Où des diables en pierre décrochent les nuages

Avec le fil des jours pour unique voyage

Et des chemins de pluies pour unique bonsoir

Avec le vent d'ouest écoutez-le vouloir

Le plat pays qui est le mien

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