quarta-feira, 2 de março de 2011

El infinito viajar

Em 2008, andando pelo Passeig de Gracia, descobri uma livraria, descobri um autor, descobri um livro. E uma inveja tão grande que tremeu o corpo. Claudio Magris escreveu um livro que eu gostaria de ter escrito. Nunca, com nenhum livro, senti isso antes, nem depois. "El infinito viajar" é um livro sobre a estranheza do viajante, sobre o desarraigo, sobre a condição de estrangeiro daquele que não acredita que uma pátria é um território. É um livro sobre aqueles que não têm um lugar e sentem-se estrangeiros em toda parte. É sobre aquele que "atravessando el mundo - viajando en el mundo - descubre su propria verdad, esa verdad que al principio es tan sólo potencial y latente en él y que traduce en realidad a través de la confrontacíon con el mundo". Essa também é a condição do psicanalista,

Cito mais uma parte desse livro espetacular: "Don Quijote no tiene miedo, se ofrece a la incertidumbre de vivir que le acarrea desastres, palos, porquerías y humillaciones; pero no tiene fe en la vida, que no sabe lo que hace, sino en los libros, que no dicen de la vida pero sí lo que le da sentido, su enseñas."




Foto: Alba Abreu Lima
Uma construção no Passeig de Gracia                              


Nenhum comentário:

Postar um comentário