domingo, 28 de setembro de 2014

Estação Teresina

Eu conheci Geraldo Borges seis anos atrás. Fui debater sobre arte e loucura em uma livraria da cidade, a convite de Pietro Luigi e o conheci. Eu falava sobre a arte, a criação e a loucura em Arthur Bispo do Rosário. Mas citei Torquato Neto. E ao final Geraldo veio conversar comigo. Já chegou me conquistando: Torquato foi meu vizinho na infância em Teresina. E desde esse dia até hoje conversamos sobre a criação literária, os livros, a escrita. 
Aquele dia foi iluminado para mim, pois Pietro teve a ideia de organizar outros debates, sobre psicanálise e literatura. Desses primeiros textos que organizei a pedido de Pietro surgiu meu livro “Sobre amores e exílios”. Devo a ele esse livro e devo a ele ter conhecido Geraldo.
Depois que nos conhecemos, Geraldo se mudou para Rondonópolis, e depois voltou para sua Pasárgada, que se chama Teresina, no Piauí. Continuamos nossa amizade. Recebi seu livro, enviei o primeiro esboço de meu livro “Sobre amores e exílios” para ele. Para ele e para minha irmã. E Geraldo sabe como mais ninguém minha tentativa de escrever um romance. Ele já me disse várias que a gente escreve, escrevendo. Solte a imaginação. E nada. Estou lendo agora sua teoria sobre o escrever em seu último livro: “Sinto que escrever é mais ou menos como nadar, você nada ou morre afogado. Escrever é um pouco como respirar. Pois, se eu não tivesse um fôlego muito bom, não teria chegado à margem dessas páginas”.
Isso define seu novo livro “Estação Teresina”. Cheguei de viagem mês passado e estava sobre minha mesa um envelope de Geraldo vindo de Teresina. E comecei nova viagem, conhecendo a Teresina de sua infância nos anos pós-guerra. Uma Teresina que não existe mais a não ser em sua imaginação. Mas a cidade, marcada geograficamente pelos rios Poti e Parnaíba está lá ainda, para eu conhecer. A que Geraldo me apresentou termino de ler agora. 
E com esse livro continuo minha interlocução com Geraldo e aguardo seu próximo email para dizer “Escreve o romance Andréa, escreve”. Mas por enquanto eu não estou conseguindo nadar. Mas fico tão feliz por ele não desistir de me ensinar. 
Nada, nada é por acaso. E eu nado. Por enquanto, nesse livro lindo.
Indico para vocês lerem Estação Teresina, de Geraldo Almeida Borges, editora Nova Aliança.

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