sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Entrevista com FHC na Revista Bravo

Estou com uma raiva de FHC. Li ontem à noite a entrevista com Fernando Henrique Cardoso que saiu na Bravo desse mês. Acordei com raiva do dito cujo. Reli a entrevista e a raiva continua. A matéria principal da Bravo desse mês é sobre Ruth Cardoso. Está sendo publicada uma coletânea de seus artigos e por isso a revista entrevistou FHC para falar sobre a mulher. Uma das perguntas: por que ela publicou tão pouco? Ele começa respondendo bem, que ela era muito crítica, insegura com o que escrevia e pesquisava e passa a falar dele, de que ela tinha insegurança e ele confiança demais, que os filhos até debochavam disso.

Esse excesso de auto-confiança de FHC todos nós brasileiros conhecemos. Vou pular essa parte.

Nas respostas, ele sempre desliza e passa a falar dele. Ele não sabe o que fazer quando não é o centro de tudo. E minha raiva: ele enfatiza a insegurança dela em dois ou três momentos. E os erros dele - inclusive, ao final, lhe é perguntado sobre o filho que acreditava ser seu e agora o exame de DNA diz que não é - responde suscintamente. Sua lógica é assim: a limitaçao da mulher, boca no trombone; meus erros, boca de siri.

Ainda mais porque a insegurança dela achei uma coisa boa. Uma pesquisadora crítica, que tinha dúvidas, que não sabia se escrevia bem, que titubeava. Os cientistas são assim. Stephen Hawnking, que acabou de fazer 70 anos, falou em entrevista sobre isso, sobre seus erros teóricos, sobre o enigma que são as mulheres para ele, e que ele não tem resposta. Ele disse como uma brincadeira, mas entendi que o mais importante é ter perguntas e estar disposto a pesquisar.

Freud fez uma teoria, refez, no começo errou. Mas FHC não: o homem é certo, inseguros são os outros.

Eu não suporto gente que vive cheia de certezas....

Nenhum comentário:

Postar um comentário