Segurou-me
o braço, olhou-me com desejo.
Aquiesci,
o quis.
Vasculhei
seu rosto,
a
boca, o nariz, o furinho no queixo.
Do
peito, fugiam-lhe pêlos,
escapavam
camisa à fora.
Meu
corpo tremeu.
Contive-me,
segurei minha mão.
Mas
não a boca.
Chamou-me
de linda.
Hoje
não, respondi.
Nem
batom nos lábios tenho.
E
com os dedos, os lábios esfreguei,
um
beijo pedindo.
Ele
entendeu:
Esta
mulher instintivamente me quer.
Mas
o beijo não deu.
E isso
faz com que eu o peça,
com
palavras,
a
cada vez,
todo
dia:
Dá-me
um beijo.
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